O XVIIIº Mercado Quinhentista já está entre mãos e começa a ganhar forma. Ainda que muito esteja por moldar, está assente que, entre os dias 6 e 8 de junho de 2025, o MQ regressará à baixa de Machico, primeira Capitania do Reino, com a temática “Mesteres: o saber nas mãos”.

Pensar o povoamento da Ilha implica um desafiante exercício mental do que terá sido este processo do levantar do chão de um povoado onde, para além de boas águas e muita vegetação, nada existia. Das adversidades deste começo, regido pela premência em se encontrar respostas, começam a emergir boieiros, pedreiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões, calafates, tanoeiros, entre muitos outros saberes e ofícios que se revelavam fundamentais na edificação e crescimento dos núcleos populacionais. Agrupados em determinadas ruas/áreas, a toponímia mostra-nos a importância que os mesteres assumiram nas vivências coletivas da Ilha, ao ponto de se fazerem representar nas vereações e na Procissão do Corpo de Deus.

Sabe-se que alguns ofícios estavam estruturados em corporações, que regulavam o processo de produção manual e atestavam a qualidade do produto. Estas eram, ainda, responsáveis pelo ensino do ofício. Se, por norma, os mesteres eram uma herança de família, a arte do saber fazer com as mãos não deixava de ser um fator de atração para muitos jovens que almejavam a uma outra forma de ganhar a vida.

Tema da XVIIIª edição do MQ, Mesteres: o saber nas mãos será, também, uma forma de lembrar e enaltecer todos os obreiros e artífices que fizeram destas Ilhas Atlânticas um testemunho da audácia e determinação do povo português.